Setembro, aqui no Brasil é o mês da Bíblia. Muito se fala, se celebra, se estuda ao redor deste mês. Me pergunto: O que poderia dizer uma mulher que vive a vocação religiosa sobre a Bíblia, sobre o mundo de hoje, sobre a juventude?
Bíblia é um nome que significa: Biblioteca, conjunto de livros que compõe uma linda carta escrita por Deus à humanidade.
Nesta carta nos podemos reconhecer a nossa origem, o cuidado de Deus para nossa casa comum, a ternura de um Pai que procura seus filhos para compartilhar com todos a sua felicidade.
Para mim, mulher que a muitos anos vivo na Família religiosa das Irmãs dos Pobres, celebrar o mês da Bíblia significa mergulhar nas águas mais profundas da minha vocação batismal e consagrada.
Agradeço os escritores inspirados que contaram em forma poética a criação do mundo, dos homens e das mulheres. Reconheço a verdade da dignidade humana e também a sua fragilidade. Sinto na minha pele o sabor do pecado e da reconciliação.
Encontro a sabedoria e a coragem dos profetas. A beleza dos salmos que gritam a Deus as dores e as alegrias de todos os homens e mulheres da história.
Contemplo o semblante humano de Deus na pessoa de Jesus. Posso escutar o que o Pai fala para seu Filho Unigênito e para todos nós, seus filhos bem-amados. Me reconheço na resposta dos apóstolos que deixam casa, família, trabalho para seguir Jesus que seduziu os seus corações.
Nos Evangelhos, nas cartas dos Apóstolos, na história das primeiras comunidades cristas encontro os critérios para viver hoje a minha fé, a minha missão nesta igreja, neste tempo, nesta sociedade.
Neste tempo de confusão, de polarização, de complexidade acho que, colocar a Bíblia no seu justo lugar: o coração dos homens e das mulheres, seja uma oportunidade necessária para retomar o caminho da verdade, da justiça, da paz, do amor, da felicidade.
Bom mês da Bíblia a todos.
Irma Rita Franca Vezzoli