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Irmã Clarangela

Na vida simples de um campo rural.

Irmã Clarangela nasce em 1931, em um vilarejo rural de Trescore. Nesta região bergamasca, quase todos são camponeses, principalmente parceiros. Na família são seis: pai Michele, mãe Angiolina Oldrati e quatro filhos.

Irmã Clarangela é a última filha, é batizada com o nome de Alessandra, mas para todos é simplesmente Sandra. Na casa da família Ghilardi, a fé se respira com o ar do afeto e das ocupações diárias. A vida é marcada pelo ritmo camponês, do soar do sino da igreja e da disponibilidade da família Ghilardi em dar uma ajuda aos vizinhos cada vez que precisam. As condições econômicas são precárias.

Sandra cresce entre os campos e os estábulos, uma realidade hoje distante, nela se consolida uma personalidade chave entrelaçados trabalho, fé, sentimento de pertença à comunidade. Ao concluir a escola básica, logo começa a trabalhar. Não existem alternativas nos primeiros anos da década de quarenta. A Itália está em guerra. Os recursos são escassos. Os braços de Sandra são muito fracos para o trabalho no campo, mas podem ser hábeis para cortar, costurar e confeccionar roupas sob medida. Aprende a profissão de costureira.

A  sua vocação amadurece silenciosamente como um rio subterrâneo, procurando os sinais de Deus naquilo que surge a cada dia e na atividade que a vida ordinária exige. Sandra sente no coração o sonho de Deus e se educa com um olhar atento ao bem verdadeiro e profundo de cada pessoa. Começa na própria casa, com a irmã Lucia, instável na saúde, exercita o olhar capaz de ler o coração para atenuar o sofrimento e dar esperança. A experiência de trabalho na casa de repouso para idosos em Milão a fez encontrar as Irmãs dos Pobres: percebe, compartilha o espírito e admira o olhar humano voltado aos idosos solitários e abandonados.

Aos 21 anos, no dia 08 de setembro de 1952, Sandra entra na família religiosa das Irmãs dos Pobres. Com o hábito religioso recebe o nome de irmã Clarangela, anjo de luz, um nome que gosta porque lhe recorda uma religiosa que admira muito.

No tempo de formação, não desempenha funções particulares. Irmã Clarangela faz de tudo um pouco. Presta-se a tudo, é disponível a cada necessidade, jamais recusa e com um estilo todo particular: faz as coisas cantarolando serena e espontaneamente, sinal da harmonia e da alegria que habita a sua alma. É sensível, generosa, reservada e tímida, mas sempre feliz.

 

Nos anos cinquenta, as Irmãs dos Pobres estão dando os primeiros passos em terras de Missão. O olhar além-mar a apaixona e a amedronta. Um dia, a Madre Geral fala da missão no Congo e pergunta se alguém desejaria ser enviada em missão. A resposta da irmã8 Clarangela é medida e contida: Se me pede, por obediência, irei.

No dia 31 de março de 1955, irmã Clarangela faz a Primeira Profissão Religiosa na Casa Madre em Bergamo. No outono vai a Roma. Frequenta e se hospeda na escola de enfermagem no hospital São Giovanni em Laterano e recebe o diploma. Em 1957 vai para Anversa, na Bélgica, para fazer o curso de medicina tropical e a especialização em obstetrícia, cursos reconhecidos pelo Ministério do Congo Belga e da Ruanda-Urundi.

Com 28 anos irmã Clarangela vai para o Congo. Em 1961, em terra africana, se consagra a Deus de modo definitivo. A sua destinação é o Hospital Geral de Kikwit. São os primeiros anos da independência do Congo. Anos de esperança, mas também de tensões. Irmã Clarangela permanece ali por nove anos: trabalha no pavilhão da maternidade, calmamente, cantarolando, como é seu costume. Existe o hospital, mas existe também a miséria física, material, moral de um país que tenta encontrar o caminho de um verdadeiro progresso social. No hospital, além dos enfermos com doenças moderadas, chegam os pobres, anêmicos e desnutridos: pedem ajuda e proximidade. Irmã Clarangela está sempre pronta para tudo.

Neste período vive também o sofrimento da morte dos seus pais. Poderá visitar os túmulos somente mais tarde, em 1970, no seu retorno para Itália no período de descanso, antes de retomar a missão em Tumikia, seu campo de trabalho, por 13 anos.

No Centro hospitalar de Mosango, irmã Clarangela permanece por 10 anos. Todos a conhecem como a irmã da motoca. Anda por tudo!

Em 1993, com 62 anos, retorna para Kikwit. Irmã Clarangela é a mesma de sempre: mesma generosidade, mesmo ritmo, mesma alegria, mesmo cantarolar, na passagem de um pavilhão ao outro.

Assim até a Páscoa de 1995, quando começa a difundir-se um estranho medo crescente, pois, no espaço de poucos dias, morrem quase todos os agentes sanitários envolvidos no procedimento cirúrgico do dia 12 de abril.

A sucessiva morte de irmã Floralba e o aumento de doentes com sintomas febris não associados à malária, fazem crescer a suspeita de que se trata de uma febre hemorrágica viral, como aquela acontecida em Yambuku.

O calvário de irmã Clarangela começa no dia 29 de abril. Os sintomas são os mesmos de irmã Floralba: febre, vômito, fraqueza, hemorragia. A origem da doença ainda não é certa. No dia 05 de maio, das manchas vermelhas do corpo de irmã Clarangela, o professor Muyembe Tamfum, Presidente da Comissão Internacional de Coordenação Científica e Técnico do Combate contra o Ebola, coleta o sangue para examinar no Centro de Atlanta. No fax das 21h29min da Casa Madre em Bérgamo no dia 05 de maio, está  escrito:

No entanto, irmã Clarangela, esgotada pela canseira, diz a quem lhe assiste:

Deixem-me ir ao meu Senhor! E acrescenta: Recomendo-te o Zaire, Senhor. Recomendo-te este país arruinado.

No dia 06 de maio de 1995, no coração da noite, morre.

 

Decreto de beatificação e canonização da serva de Deus irmã Clarangela:

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